Muito contraditória a sensação de passar duas horas e meia chorando pela morte de um senhor que, só depois da sua sentença, passa a entender o quanto desperdiçou a própria vida. Apesar de explorar de maneira extensa o postulado "o sentido da vida é que ela termina", o filme traz uma noção de enfrentamento perante o assombro bastante marcada na expressão do Takashi Shimura, em uma atuação monstruosa por sinal, que me pareceu uma releitura do Grito do Edvard Munch.…

How wonderful it would be if my whole life so far turned out to be just a dream and suddenly I wake up and I'm someone else entirely.

A fórmula de Tokyo Sonata me remeteu ao Teorema do Pasolini, mas no caso do Kurosawa a gradativa desconstrução da família traz, como fica claro na terceira parte do filme, uma oportunidade de renascimento que se difere bastante do tom estóico do seu referencial italiano.

Em seus filmes o Kiyoshi Kurosawa demonstra…